Papeleta do Hospício Nacional de Alienados (1895)

Tipo de documento clínico: Papeleta do Hospício Nacional de Alienados

Ano a que se refere o documento: 1895

Instituição/setor produtor do documento: Hospício Nacional de Alienados

Instituição de guarda do documento: Arquivo Permanente do Centro de Documentação e Memória do Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira (IMASNS)

Comentário geral: Para o meu estudo sobre a tuberculose no Hospício Nacional de Alienados (HNA), levantei uma série de dossiês de pacientes, de 1890 a 1930, no Fundo Hospício Nacional de Alienados do IMASNS. O Fundo conta com um enorme banco de dados, com informações básicas de pacientes que estiveram internados no período republicano do hospício (1890-1944). No banco de dados é possível verificar: nome, sexo, cor, idade, data de entrada, data de saída, seção, pavilhão de observação, diagnóstico, além da localização e estado do documento, pelo menos até 1918. A partir de 1919, todos os dossiês disponíveis apareciam listados, com as respectivas datas de entradas no Fundo, mas com informações incompletas.

A tuberculose raramente aparece entre os diagnósticos lançados no banco; mas, nos prontuários de pacientes, ela surge sobretudo como causa mortis. Portanto, foi necessário verificar cada dossiê, a fim de levantar os casos de tuberculose e os doentes que foram isolados nos pavilhões de doenças infectocontagiosas do HNA. Foram cerca de 13.660 dossiês averiguados, considerando as datas de entrada e de saída dos pacientes. Deste modo, a população tuberculosa (masculina e feminina) do HNA foi estimada, buscando compensar a falta de dados gerais sobre essa problemática institucional.
Um único dossiê pode conter vários documentos: guia de internação policial ou de alguma direção hospitalar, guia do Pavilhão de Observação (PO), ficha da seção do HNA, atestado de insanidade etc. Em tais expedientes, a identificação dos casos de tuberculose foi feita em diferentes modos de registros: primeiro, como causa mortis, aspecto que me permitiu dimensionar o contingente de pacientes que foram a óbito por conta da infecção bacilar; segundo, por meio da inscrição “transferida por ser tuberculosa”, indicando que a presença da moléstia podia ser determinante para a trajetória institucional do doente; e, muito raramente, a inscrição “Koch positivo”, indício do exame feito para confirmar a presença da doença. De modo geral, esses dossiês de internação reúnem informações diversas, como: dados de identificação; naturalidade; procedência; classe; transferências entre as unidades internas; procedimentos efetuados, como atendimento cirúrgico e oftalmológico; endereço de correspondência; comunicado de falecimento, observações clínicas, diagnósticos etc.

Devido ao volume documental, me limitei aos casos de tuberculose. De início, a partir desse banco, organizei um outro, de pacientes tuberculosos (com 455 mulheres e 387 homens), acrescentando o motivo da saída, os pavilhões de isolamento da tuberculose (masculino e feminino) onde estiveram internados, quando obtido o registro desses dados.

Pesquisadora: Monica Cristina de Moraes

Projeto de pesquisa de doutorado: No canto do isolamento: loucura e tuberculose no Hospício Nacional de Alienados (1890-1930).

Período da pesquisa: 2016 – 2020

Instituição de ensino e/ou pesquisa: Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde/Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz

Resultados divulgados em: MORAES, Monica Cristina de. No canto do isolamento: loucura e tuberculose no Hospício Nacional de Alienados (1890-1930). Tese (Doutorado em História das Ciências e da Saúde), Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50366

Como citar esta ficha (ABNT, 2018): MORAES, Monica Cristina de. “Protocolo do Hospício Nacional de Alienados (1895)” In: BIBLIOTECA VIRTUAL EM HISTÓRIA DO PATRIMÔNIO CULTURAL DA SAÚDE. Vitrine do Conhecimento História dos Saberes Psi. Galeria de Documentos Clínicos. Rio de Janeiro: Depes-COC-Fiocruz, 2023.

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